Equilíbrio e proporção: Os desafios e princípios da harmonização orofacial

Por Daniella Mendonça

A harmonização orofacial, uma especialidade que integra os campos da odontologia e da estética, visa promover o equilíbrio estético e funcional da face. Este procedimento engloba técnicas variadas, como aplicação de toxina botulínica, preenchimentos, modulação labial, entre outros, destinadas a aprimorar a harmonia facial.

No entanto, o crescente interesse por esses procedimentos desperta questionamentos sobre os limites entre a busca por harmonia e a possibilidade de resultados desproporcionais. Como profissional da área defendo que a harmonização orofacial, quando realizada corretamente, pode oferecer melhorias significativas não apenas na estética, mas também na funcionalidade da região tratada, impactando positivamente a autoestima e a qualidade de vida do indivíduo.

Contudo, a crescente demanda por esses procedimentos e o apelo por resultados imediatos podem levar a intervenções excessivas, culminando em uma aparência desproporcional e artificial.A chave para evitar resultados desproporcionais reside na individualização do tratamento.

Cada face possui características únicas que devem ser respeitadas. Uma avaliação detalhada e um plano de tratamento personalizado são indispensáveis. O excesso surge quando o procedimento é padronizado, ignorando as peculiaridades individuais.

Sempre enfatizo a importância de um diagnóstico preciso, realizado por um profissional qualificado e experiente. Este profissional deve ter um entendimento profundo não apenas das técnicas disponíveis, mas também da anatomia facial, da psicologia do paciente e dos princípios estéticos que regem a percepção da beleza.

Além disso, a educação do paciente sobre o processo e os resultados esperados é fundamental. Estabelecer expectativas realistas e discutir abertamente as possibilidades e limitações dos procedimentos pode prevenir a insatisfação e os excessos.

Em conclusão, a harmonização orofacial ocupa um lugar valioso na odontologia moderna, com potencial para beneficiar muitos pacientes. Contudo, sua prática responsável exige um equilíbrio cuidadoso e um compromisso com a individualidade do paciente.

Quando a busca pela perfeição ultrapassa os limites do natural e do funcional, entra-se em um território de desproporcionalidade, que pode ser mais prejudicial do que benéfico. Portanto, a chave para uma harmonização verdadeiramente harmônica está na moderação, na personalização do tratamento e na escolha de profissionais qualificados e éticos.

Daniella Mendonça, cirurgiã dentista, especialista em prótese e reabilitação oral e atuante na área de harmonização orofacial. CRO 5473