E na contra mão de tudo o que vemos, será que precisamos mesmo disso??

Matérias primas são finitas, mas hoje vivemos num país consumista, todos os dias somos bombardeados com muitas ofertas, promessas de produtos, roupas, artigos milagrosos, ou até não milagrosos, que irá deixar nosso corpo perfeito, nos deixar mais bonitos, mas será que precisamos mesmo de tudo isso??

Me peguei pesando sobre isso esses dias, aliás o que mais tem feito essa pandemia é pensar, e refletir sobre do que realmente precisamos?

Eu já fui uma adolescente e confesso que até uma jovem muito consumista, gastava sempre meu salário em tudo o que via e me peguei diversas vezes com dificuldade de escolher entre uma cor e outra, e acabava levando as duas, isso foi pauta de muitas sessões de terapia, e era o saber escolher, a minha maior dificuldade, isso me deixava por muitas vezes agoniada, em ter que decidir, e olha que sempre me considerei uma pessoa decidida, ledo engano, o melhor ainda estava por vir, nasci numa família de muito trabalho, meu pai sempre foi muito trabalhador, digo que nunca me lembro dele nem ter ficado um dia gripado para ficar em casa, aliás, se ele ficava nós nem sabíamos, ele somente trabalhava, por ter tido uma condição de vida muito difícil em sua infância pobre e humilde, quando ele conseguiu finalmente ter uma condição melhor nos proporcionou uma vida muito confortável, e sem dificuldades, de fato, mas isso me gerou alguns problemas, e de verdade todos temos, nunca menosprezo o de ninguém, nem grande nem pequeno, todos temos os nossos.

Cresci numa família cheia de Amor e proteção e quando leio e escrevo isso, imagino os melhores cenários possíveis, talvez por conta desse excesso de Amor e Proteção, tive que tomar poucas decisões na minha vida, poderia parecer um mar de rosas, mas na minha vida adulta, o quanto isso me desafiou, já que não aprendi lidar com as escolhas, e em nossas vidas, temos que fazer isso diariamente, e constantemente, de maneira alguma culpo ou julgo meus pais por isso, eles fizeram o melhor que poderiam, e sei que fizeram tudo com e por Amor, afinal quem não pensa em fazer tudo pelos filhos? Hoje tenho muita clareza disso e penso um pouco diferente, fazer pelos filhos, mas da minha maneira de considerar que será o melhor, penso que por não passado certas dificuldades, tive que lidar com desafios que foram de certa foram desafiador na minha vida adulta e são até hoje, e isso me levou a algumas sessões de terapias, com minha incrível Doutora Valéria, e aonde estou querendo ir com todo esse texto e contar um pouco a meu respeito.

Quando pensamos até em coisas aparentemente simples como escolher uma blusa, elas podem estar ligadas a muito mais do que só o fato em si, a nossa historia de vida, algumas vezes faz nos tornarmos compulsivos, seja por um guarda-roupa cheio, ou comer compulsivamente, ou por algum outro vicio, sim considero um guarda-roupa cheio um vício, vai muito além do que o ato em si, e sempre quando converso com minhas clientes gosto de analisar esses comportamentos, dificuldades e desafios, de maneira alguma, me coloco como psicóloga, mas as nossas próprias experiências nos dão bagagem para tentarmos ajudar as pessoas, não com opiniões mas sim com nossos exemplos, o processo de ter contato com quem somos no nosso intimo nos leva a ter consciência com o aqui e agora, e basta nos permitirmos.

Talvez colocar mais uma peça no seu guarda-roupa pareça uma inofensiva atitude de algo que está ligada a desejo e muitas vezes ao fato de nos sentirmos bem, mas não encher nossa vida com coisas e sim com o que nos representa verdadeiramente, nos faz sair do automático, estar no presente, comprar com a consciência, e você saber responder eu preciso realmente disso porque….ou muitas vezes, não, não vou comprar, não preciso de mais uma blusa branca e uma calça preta.

Esteja consciente numa simples ida ao shopping, ou ao um apertar um Comprar em uma sacola de compras no site, talvez a qualidade seja mais importante do que a quantidade, e isso pode nos curar de processos mais íntimos de nós mesmos.

Pense nisso.

Beijo Grande.

Érica Reverse Cunha Alvarenga