Religioso morreu de covid-19 durante a pandemia, mas deixou um legado de fé, amor e caridade na Capital. Agora, seu nome batiza oficialmente o Terminal Goiânia Viva
Um nome que representa acolhimento, fé e serviço ao próximo agora passa a fazer parte da paisagem urbana de Goiânia. O Terminal de Integração Goiânia Viva será oficialmente chamado de Terminal Padre Francisco Nisoli, em homenagem ao religioso italiano que dedicou décadas de sua vida à população da região Oeste da capital. A mudança foi consolidada esta semana com a derrubada do veto ao Projeto de Lei nº 88/2023, de autoria do vereador Markim Goyá (PRD), durante votação na Câmara Municipal de Goiânia.
“Mais do que dar nome a um espaço público, estamos reconhecendo o valor de quem dedicou a vida a servir o povo com fé, trabalho e solidariedade. Padre Nisoli foi um exemplo de compromisso com os mais humildes, e agora seu legado ficará registrado na paisagem urbana da cidade que ele tanto ajudou a construir”, afirmou Markim Goyá durante discurso no plenário.
Italiano de nascimento, Padre Francisco Nisoli chegou ao Brasil ainda jovem e dedicou décadas de sua vida ao serviço pastoral na Arquidiocese de Goiânia, com atuação marcante nas comunidades do Setor Goiânia Viva, Solange Park, Luana Park, entre outros bairros do eixo Oeste da capital. Além da atuação religiosa, desenvolveu trabalho social com famílias em situação de vulnerabilidade, sendo conhecido por sua atuação firme em causas humanitárias e de caridade.
Após deixar o Brasil, retornou à Itália, onde veio a falecer vítima da covid-19, durante o auge da pandemia. A notícia abalou a comunidade goianiense, que sempre manteve viva a lembrança de seu trabalho generoso e transformador. “O terminal carrega diariamente o movimento de milhares de pessoas, e a escolha por esse nome é um ato de justiça histórica. É fundamental valorizar quem ajudou a construir a identidade da nossa cidade com ações concretas, fé e acolhimento. É assim que mantemos viva a memória das lideranças que realmente fizeram a diferença”, declarou o vereador.
Terminal estratégico para a mobilidade de Goiânia
Inaugurado em 2008, o Terminal Goiânia Viva é um dos principais pontos de conexão da rede de transporte coletivo da capital. Localizado na Avenida Tóquio, o terminal atende a mais de 30 mil passageiros por dia e integra diversas linhas que ligam os bairros do extremo Oeste à região central da cidade e ao Eixo Anhanguera.
A estrutura é utilizada por moradores de bairros como Goiânia Viva, Lorena Park, Solange Park, Jardim Dom Fernando, Jardim Cerrado, Vila Mutirão, Residencial São Marcos, entre outros. Apesar de sua importância, o terminal tem enfrentado problemas estruturais e demandas por melhorias, como iluminação, segurança e acessibilidade — pautas que também fazem parte das ações defendidas pelo mandato de Markim Goyá.
Para o vereador, homenagear figuras como o padre Nisoli vai além de um gesto simbólico: trata-se de resgatar a história da cidade e valorizar aqueles que efetivamente contribuíram para o desenvolvimento humano e social de comunidades inteiras. “Nós temos que fazer valer o legado de quem construiu, com o suor e o coração, os laços que mantêm viva a esperança de tanta gente. Dar esse nome ao terminal é inscrever na cidade uma parte viva da nossa memória coletiva”, defendeu.
Com a promulgação da lei, o terminal passará a ser oficialmente denominado Terminal Padre Francisco Nisoli, perpetuando a memória de um líder que fez da fé um instrumento de transformação social — e cuja ausência segue sendo sentida por todos que conviveram com sua missão.