No dia Internacional das Drag Queens, Tchaka abre o coração e fala de Rupaul e como é ser drag no Brasil

“Ser Drag Queen no Brasil hoje além da arte que transforma, cutuca, propõe possibilidades, emociona é resistência e enfrentamento dos desmandos políticos com humor inteligente.” Desde que o mundo é mundo homens se vestem de mulher como uma forma de arte. Da Grécia antiga, quando nascia o teatro, ao Kabuki no Japão, os papéis femininos eram feitos por homens, já que mulheres eram proibidas de se apresentar no teatro. Os tempos mudaram a arte drag também. Hoje dia 16/07 comemora-se o dia internacional das Drag Queens. O termo “drag” vem do verbo em inglês “to drag”, que significa arrastar em português. E se refere aos longos vestidos e roupas utilizadas na época. Logo Drag, virou um termo usado para os homens vestidos de mulher. O termo Queen, só foi adicional pela comunidade gay no século 20 e continua até hoje. As drag queens encontraram lugar na cultura pop e estrelam programas de TV, figuram nas listas das músicas mais tocadas e tem festas lotadas. Mas nem sempre foi assim, com as drag queens circulando tão livremente pela cultura popular. Nomes como Laddy Bunny, Gypsy, Divine, Rupaul entre outras, fazem história no cenário drag internacional.
“RuPaul é uma espécie de nossa mestra mundial, Mama Ru assim chamada pelas #TheQueens de todo mundo me inspira a cada dia ser mais glamorosa, fina, elegante, politizada, bem humorada e extremamente atual. Tchaka Drag Queen além de ser nossa rainha das festas, pode ser considerada a RuPaul brasileira, pois sua meta diária é que produtoras de conteúdo nos programas brasileiros possam direcionar os holofotes para seu talento”. Explica Valder Bastos, advogado que dá vida a Tchaka há mais de 20 anos. No Brasil, o cenário drag nacional acompanhou de modo geral o internacional. Na televisão, não era estranho homens fazendo papéis de mulheres, especialmente os cômicos. Durante o período da ditadura, a comunidade gay, e consequentemente as drags, perdeu espaço público. Nos anos 90, a cena renasceu e as drags ganharam espaço em clubes e boates gays, especialmente de São Paulo. Márcia Pantera, Sylvetti Montilla, Miss Bia, Tchaka, Dimmy Kieer  e tantas outras ainda fazem do cenário lgbti o mais importante do país. “Ser Drag Queen no Brasil hoje além da arte que transforma, cutuca, propõe possibilidades, emociona, refresca, despressuriza, encanta e cria pontes para momentos de felicidade também é resistência, enfrentamento dos desmandos políticos com humor inteligente, visagismo inspirador para mundo da moda, fotografia, programas de tv, eventos corporativos, etc. Enfim nós drag queens somos o futuro no presente”, finaliza.
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