Nascente Musical: a primeira edição do projeto que transformou a cena autoral do interior de São Paulo chega aos apps pela Marã Música

(Caio Furtacor e Raquel Odara – idealizadores do Projeto Nascente Cultural)

Idealizado por Caio Furtacor e Raquel Odara, o Nascente Musical selecionou Benê, POETRASTE, Pedro Henri e Paulo, o Arapuã para uma imersão que percorreu todas as etapas da criação artística: composição, arranjos, produção musical, gravação em estúdio, ensaios com banda completa e lançamento dos singles

Ouça os singles:

Benê – Lua

POETRASTE – Lua Teimosa

Pedro Henri – Se o Mundo Acabasse Hoje

Pedro, O Arapuã – RO (MEU)

A Marã Música lança nesta segunda-feira (15 de dezembro), em todas as plataformas digitais, as quatro faixas resultantes da primeira edição do Nascente Musical, um projeto que revolucionou a cena autoral do interior paulista ao proporcionar a artistas emergentes de Americana uma vivência completa do ciclo criativo: da primeira ideia ao palco. Com uma proposta ousada e atuação pioneira, o programa uniu educação, técnica, mentorias, políticas públicas de cultura e produção profissional para fortalecer a cadeia produtiva da música local, consolidando-se como um marco para a cidade.

Idealizado por Caio Furtacor e Raquel Odara, o Nascente Musical selecionou Benê, POETRASTE, Pedro Henri e Paulo, o Arapuã para uma imersão que percorreu todas as etapas da criação artística: composição, arranjos, produção musical, gravação em estúdio, ensaios com banda completa e lançamento dos singles. “A iniciativa conseguiu aproximar a comunidade, por meio dos artistas, de todo o processo criativo e técnico que envolve a música”, afirma Caio. Para Raquel, o impacto ultrapassa a esfera musical: “Valorizamos diversos setores culturais ao mesmo tempo:  educação, produção artística e fonográfica, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento e inspiração”.

Cada artista trouxe ao projeto sua própria identidade e narrativa. Em “Lua”, Benê explora a delicadeza e a sensibilidade de uma canção nascida ainda durante seus estudos de teatro, quando imaginou a Lua como uma atriz em cena. “Meses atrás isso seria simplesmente impossível”, revela, emocionado com a oportunidade de lançar sua primeira faixa ao lado de um quarteto de cordas. Ele explica que escolheu essa música porque a considera uma de suas melhores e completa: “Estamos muito carentes dessa delicadeza que permite captar essa coisa etérea que a arte é capaz de transmitir”.

POETRASTE apresenta “Lua Teimosa”, composição que nasceu como um poema dedicado à um romance. “Era muito fácil falar de amor enquanto eu namorava”, conta. O artista descreve seu processo criativo como um diálogo entre palavra e melodia: primeiro veio o poema, depois uma melodia encontrada no violão, que foi lapidada em aulas de canto até se transformar na canção final. “Meu ponto de partida sempre vai ser a poesia e o destino também. A música é só mais um jeito de colocar essas ideias no mundo”, afirma. Sobre o lançamento, admite em tom bem-humorado: “Espero conseguir pelo menos performar sem chorar no meio”.

Em “Se o mundo acabasse hoje”, Pedro Henri transforma sua própria história em música. A faixa nasceu de uma reflexão profunda vivida durante seu tratamento contra o câncer. Ele descreve a composição como o resultado direto desta segunda chance: “Depois de tudo que passei, não faria sentido lançar algo que não fosse 100% real”. Com uma letra que provoca o ouvinte, Pedro espera despertar urgência e presença: “Quero que as pessoas se perguntem: eu estou vivendo de verdade ou só existindo?”. Para ele, o lançamento simboliza um recomeço: “É como se eu estivesse finalmente usando minha ‘segunda chance’ para fazer exatamente o que eu nasci para fazer”.

Paulo, o Arapuã, apresenta “RO (MEU)”, uma releitura dramática inspirada em Romeu e Julieta, mas com um triângulo amoroso queer. A música aborda a dor da troca e da negação afetiva. “A faixa expressa o drama e a desestabilização que pessoas LGBTQ+ vivem quando são trocadas por um relacionamento heteronormativo”, afirma. Ele explica que a canção mistura pop-rock em duas fases, começando lenta e depois ganhando intensidade, para traduzir as etapas emocionais da narrativa. Em sua estreia, Paulo transborda entusiasmo: “Me sinto realizado, um sentimento de missão cumprida, meu coração está cheio de gratidão”. E brinca com naturalidade: “Amo um holofote, me expressar e ter meu momento vai ser incrível”.

A produção musical das quatro faixas ficou a cargo de Caio Furtacor, Raquel Odara, Guilherme Mauad e Gustavo Gomes, que também atuaram como instrumentistas e cocriadores dos arranjos. A equipe de estúdio contou com músicos como Rafael Francischangelis, Isaque Pereira, Rute Inácio, Fernando Inácio, Felipe Pavani e José Marcelo da Silva. As mixagens e masterizações das faixas ficaram por conta de Lucas Giovanni do Estúdio Pináculo. O projeto ganhou ainda uma identidade visual assinada por Ana Carolina Silva e capas desenvolvidas pela artista Amanda Roux, criadas em colaboração com cada músico. Para a Marã Música, responsável pelo lançamento e pela assessoria de marketing, o projeto reforça o compromisso com a nova música brasileira. “Foi um imenso prazer participar desse lindo projeto que busca apoiar e incentivar a nova Música Brasileira. Compartilhar conhecimentos e conhecer pessoas e histórias: é isso que nos motiva e fortalece”, declara Henrique Roncoletta, CEO da Marã Música.

Antes mesmo da imersão criativa, o Nascente Musical promoveu quatro oficinas gratuitas e abertas ao público, levando formação técnica e conhecimento especializado a futuros criadores da cidade. Com temas como produção musical, composição, expressão vocal e direitos autorais, as atividades foram ministradas por Ber Neves, Raquel Odara, Guilherme Mauad, Caio Furtacor, Lucas Giovanni e Henrique Roncoletta, consolidando um legado duradouro de formação e inspiração para o ecossistema musical de Americana.

A celebração final da primeira edição acontece com um show gratuito no dia 17 de dezembro, apresentando ao público os quatro singles – “Lua”, “Lua Teimosa”, “Se o mundo acabasse hoje?” e “Romeu” – além de performance do novo projeto autoral de Caio Furtacor e Raquel Odara, “Disparate”. As apresentações, abertas ao público, reforçam a essência do Nascente Musical: devolver à comunidade aquilo que nasce dela.

Contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc em 2025, o Nascente Musical se consolidou como um projeto de impacto cultural profundo, comprometido com a profissionalização, projeção e valorização de novos talentos da região. Ao unir formação, mentoria, criação e circulação, o programa não apenas lança músicas, mas inaugura trajetórias, e planta as sementes de um futuro mais diverso e potente para a música independente do interior paulista.