Empresária explica como produtos têxteis ajudam aspectos sociais e ambientais e ainda podem alavancar oportunidades para empresas
Ressignificar a indústria têxtil, levando sustentabilidade e buscando oportunidades de trabalho e reintegração para mulheres em situação de vulnerabilidade, é o objetivo do Movimento Eu Visto o Bem, criado por Roberta Negrini, figura influente nos setores da moda, inclusão social e negócios de impacto.
Segundo a executiva, os produtos gerados pelo negócio têm um propósito muito especial, pois, além do cunho social, ajudam a preservar o meio ambiente e ainda possibilitam que empresas invistam de forma inteligente, se tornando mais próximas dos princípios ESG, critérios ambientais, sociais e de governança usados por empresas e investidores para avaliar o desempenho e o impacto de uma organização. “Para começar, 100% dos nossos produtos têm origem circular, de forma que é possível rastrear integralmente a origem da matéria prima”, conta.
Os produtos do Movimento contam com a certificação Lixo Zero, um produto do Instituto Lixo Zero Brasil validado pela Zero Waste International Alliance. “É uma certificação inédita para o mercado têxtil e agrega um valor muito forte por conta da conservação de recursos naturais”, explica. “Além disso, toda produção é feita pelas mãos de ex-detentas que buscam oportunidade de sair do sistema prisional”.
Roberta acredita que, ao aprenderem uma profissão como a costura, as mulheres ganham não apenas uma fonte potencial de renda após a libertação, mas também um meio terapêutico para canalizar suas energias, reduzir o estresse e fortalecer os laços sociais, fundamentais para a reintegração pós-cárcere.
De acordo com a executiva, ao ressocializar as mulheres, o Movimento auxilia a diminuir o lastro da criminalidade. “É um smart money que traz um retorno social forte, já que mães ausentes são portas para o tráfico. Em nossa bolha, pensamos que o problema é só político, então fazemos o que o governo não faz. Já erramos quando não demos educação ou oportunidade e, quando essas mulheres saem da prisão, muitas saem pior do que entraram”, afirma.
Para a fundadora do Movimento, as empresas que investem no projeto optam por transformar vidas no Brasil. “Quando trabalho para empresas como Coca Cola, Natura, Avon, Boticário, Vivo e muitas outras, sei que elas querem contar histórias positivas. Além disso, estão investindo de forma inteligente, pois no lugar de usarem o orçamento para comprar produtos da China, por exemplo, ajudam o meio ambiente e a sociedade e, de quebra, se tornam mais aderentes aos princípios ESG, cada vez mais considerados pelos grandes investidores”, avalia.
Sobre Roberta Negrini
Roberta Negrini é figura influente nos setores da moda, inclusão social e negócios de impacto. Com uma sólida trajetória como CEO e fundadora do Movimento Eu Visto o Bem, ela se destaca enquanto líder comprometida com a ressignificação da indústria têxtil, buscando oportunidades de trabalho e reintegração para mulheres em situação de vulnerabilidade. Sua experiência abrange a inovação na moda e na indústria de beleza e a promoção ativa da inclusão e diversidade, evidenciada por seu papel como vice-presidente no Sport Club do Recife. A especialista é reconhecida por seu pioneirismo em práticas de negócios sustentáveis e seu empenho em promover mudanças significativas na sociedade por meio de ações e projetos em prol da inclusão social e econômica.
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