Estava eu certa vez sentada fazendo a unha e ouvi uma mulher pedindo para pintar a unha toda colorida, uma de cada cor, eu logo pensei nossa jamais eu pintaria a unha de colorido, e claro isso tem muito a ver com quem eu sou. Eu adoro cores, mas na unha não acho nada legal, pintar uma de cada cor, e nada contra de verdade quem gosta, acho lindo quando as pessoas são elas mesmas, e foi então que escutei logo na sequência, o que ela disse: – Eu vi numa blogueira, será que vai ficar legal para mim?
A manicure disse: – Claro está super na moda! E foi ai que veio toda essa lembrança pra eu escrever esse texto, ela de verdade não sabia se aquilo ficaria bom ou não para ela, mas queria pintar porque alguém estava usando e ela considerava que estava na moda.
Quantas vezes não passamos por isso? Quantas vezes queremos pertencer e ficar iguais, queremos coisas iguais, para não ficarmos de certa forma fora do nosso grupo e da nossa tribo? E quantas vezes paramos para refletir, se aquilo de fato serve para nós? Estamos tão acostumados a viver com outras pessoas, que algumas vezes passamos a nos identificar e querer algo que nem pensamos de verdade se gostamos.
Claro que estou falando isso e vivo no mesmo mundo que todos vocês, não me excluo, já quis copiar ou fazer algo porque achei legal em alguém, e até hoje admiro, acho bonito, gosto e às vezes até quero, mas faço constantemente o exercício de me perguntar, será que realmente gosto? Hoje posso dizer só do que vai ficar bom realmente e fazer sentido pra mim.
E foi essa reflexão, porque queremos ficar tão iguais se somos seres únicos, e todos diferentes? Conversei com amigos psicólogos e pessoas que respeito muito para entender ainda mais sobre o assunto, somos seres que vivemos em tribos, desde que o mundo é mundo, nos espelhamos nas pessoas, emprestamos referencias das pessoas, e nos refletimos nas mesmas, isso faz parte da construção da humanidade, o pertencer, o fazer parte, não somos seres que vivem em isolamento embora hoje estamos, mas com a tecnologia nenhuma informação fica perdida, mas o quanto isso nos faz perdermos de nós mesmos?
Sinceramente não vejo nada de certo ou errado nisso, é apenas uma reflexão de que muitas vezes, temos a necessidade de pertencer, e isso nos faz ficar iguais, quando eu nem sei se gosto da unha e pinto porque alguém esta pintando, mas porque querer ficar igual se podemos ser diferentes? Você já fez se fez essa pergunta?
Com tantas informações do mundo da Moda, mídias sociais, lojas que enviam roupas para nossas casas, pessoas que admiramos que usam marca X e Y, acabamos por viver olhando vida das pessoas diariamente, digo que hoje o famoso não é mais os da novelas e filmes, e sim os do Facebook e principalmente do Instagram, e quando eu faço essa reflexão, chego as minhas conclusões.
Tenho 1,54m de altura sempre fui a mais baixa da minha turma e sei que muitas vezes algumas coisas simplesmente não combinavam comigo, já chorei por isso, já fiquei triste, e isso tudo passou na minha adolescência, hoje já não choro mais, resolvi isso com os meus saltos rs, claro que amo usa-los e eles ainda resolvem esse problema, eu sabia exatamente que tinha coisas que eu ficava e me sentia linda e outras só nascendo de novo, toda a revista que eu abria tinha uma modelo magérrima, linda, loira e magra, de 1,80m de altura, e isso sempre fez e faz parte da indústria da moda, hoje já existem certas mudanças em relação a isso, mas tem muito ainda o que mudar, mas e se não mudar, o mais importante é o que nós fazemos com isso, e como nos sentimos.
Eu sempre digo quanto mais à gente se conhece e sabemos quem somos, não ficamos tão dependentes de seguir algo ou alguém, o nosso espelho acaba sendo nós mesmos, e de verdade podemos ver, admirar as opções, mas escolhemos com consciência sem ficar desesperado por não ter a ultima blusa da moda, afinal eu nem sei se ela fica boa em mim.
Vestir-nos de nós mesmos tem identidade, tem nosso DNA, e nos deixa livre para escolhermos de verdade e sem que a gente precise ficar no piloto automático, a Moda, nós que escolhemos e fazemos, podemos segui-la, admirá-la, mas quando conseguimos primeiro nos olhar e valorizar quem somos e o que queremos transmitir com a nossa imagem, o fato de sermos diferentes é simplesmente ser quem somos, e isso é poderoso e maravilhoso, sem certo e errado, digo que é mesmo mais uma libertação da e para nossa Alma.