Coordenadores usam dados para planejar 2º semestre escolar

Ajustes pedagógicos são realizados a partir de revisões baseadas em evidências e práticas de neuroeducação, com foco na inclusão de alunos neurodivergentes

Com o encerramento do primeiro semestre letivo, a Rhema Neuroeducação deu início à reorganização pedagógica de suas atividades, com foco na implementação de estratégias mais eficazes para o segundo semestre de 2025. A revisão é conduzida com base em dados educacionais colhidos nas turmas e fundamentada em práticas da neuroeducação, com o objetivo de ampliar o desempenho acadêmico e o acolhimento de estudantes, especialmente os neurodivergentes.

A iniciativa é liderada pela diretora pedagógica Mara Duarte da Costa, que destaca o papel do coordenador pedagógico como elo entre os dados educacionais e a transformação concreta na sala de aula. “O coordenador precisa olhar para os números e enxergar o que eles dizem sobre o processo de aprendizagem. A partir disso, propomos ajustes que respeitam os ritmos dos alunos e as necessidades dos professores”, afirma a especialista, que também é neuropedagoga e psicopedagoga.

Durante o mês de julho, período tradicionalmente reservado ao recesso escolar, as equipes participaram de encontros formativos e análises institucionais que avaliaram indicadores como frequência, rendimento, engajamento e evolução individual dos alunos. Essas informações serviram de base para a definição de novas abordagens, especialmente em contextos de inclusão.

Segundo dados do IBGE e do Censo Escolar, o número de estudantes com algum tipo de neurodivergência, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), cresceu significativamente nos últimos anos. Apenas os alunos com TEA, por exemplo, passaram de 105 mil em 2018 para mais de 212 mil em 2021. “A escola precisa se adaptar a essa realidade com formação continuada e estratégias baseadas em evidências”, pontua Mara.

Entre as práticas reforçadas pela Rhema Neuroeducação estão a Análise Comportamental Aplicada (ABA), o Atendimento Educacional Especializado (AEE), além do uso de ambientes sensoriais e metodologias personalizadas. “Transformar o planejamento escolar não é apenas trocar conteúdos. É repensar o jeito de ensinar para garantir que todos possam aprender, inclusive quem tem modos diferentes de perceber e interagir com o mundo”, completa a diretora pedagógica.

Presente em mais de 20 países e com 90 mil alunos já formados em cursos de pós-graduação, a Rhema Neuroeducação atua com capacitações e eventos gratuitos voltados a professores, coordenadores e profissionais da área educacional. O trabalho desenvolvido neste segundo semestre foca não apenas na performance acadêmica, mas na criação de ambientes escolares mais acolhedores, com ênfase em neuroplasticidade, desenvolvimento cognitivo e adaptação curricular.

Para Mara, a eficácia das estratégias não está apenas no conteúdo técnico, mas na escuta ativa e na leitura sensível dos dados. “Educar é uma ciência, mas também é um ato de empatia. Quando um coordenador se debruça sobre os resultados com esse olhar, ele deixa de apenas planejar e passa a transformar”, conclui a diretora.