A constipação intestinal crônica, popularmente conhecida como prisão de ventre, vai muito além de um simples incômodo. Quando se torna frequente, ela é um sinal claro de que algo não vai bem no organismo. Segundo a médica Luciana Lavigne, médica que atua na área de saúde integrativa, o intestino é um dos principais termômetros da saúde e sua disfunção pode gerar consequências em todo o corpo.
Em entrevista, a Dra. Luciana explicou que o problema é mais comum entre mulheres e idosos, e está frequentemente ligado a uma combinação de fatores, como alimentação pobre em fibras, baixa ingestão de líquidos, sedentarismo, estresse e até condições clínicas, como diabetes, hipotireoidismo e síndrome do intestino irritável.
Apesar de ser comum o uso de laxantes para aliviar o sintoma, ela alerta que essa não é a solução definitiva. “A constipação intestinal é reflexo de uma inflamação crônica e lenta, que compromete a barreira intestinal e afeta diretamente a saúde geral, o humor, a imunidade e os níveis de energia”, explica.
O intestino tem um papel que vai além da digestão. Ele é responsável por cerca de 80% da resposta imunológica do corpo, pela absorção de nutrientes essenciais e atua como uma barreira contra toxinas e microrganismos.
Segundo a médica, quando há constipação persistente, essa barreira intestinal pode se tornar mais permeável, uma condição chamada hiperpermeabilidade intestinal. Isso permite que substâncias nocivas entrem na corrente sanguínea, desencadeando inflamações silenciosas, mas com efeitos sistêmicos.
Outro ponto de atenção é a conexão direta entre o intestino e o cérebro, o chamado eixo intestino-cérebro. Essa comunicação influencia a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, impactando o humor, o sono e até a disposição física. “Quando o intestino não está funcionando bem, o corpo todo sente”, afirma a especialista.
Quatro pilares para combater a constipação
Para quem sofre com o problema, a boa notícia é que a solução costuma vir de mudanças simples mas consistentes no estilo de vida. A Dra. Luciana Lavigne destaca quatro pilares fundamentais no combate à constipação crônica:
1. Alimentação
Dietas ricas em fibras solúveis, vegetais frescos, proteínas de qualidade, chás naturais e alimentos antioxidantes são aliados do intestino. Em contrapartida, devem ser evitados açúcares refinados, produtos ultraprocessados e óleos vegetais industrializados.
2. Hidratação
Beber água em quantidade adequada é indispensável. “As fibras precisam de água para funcionar. Sem hidratação, o intestino trava ainda mais”, ressalta a médica.
3. Rotina e movimento
A rotina é um ponto-chave. A rotina com horários definidos para refeições, sono e exercício físico contribui para um ritmo intestinal saudável. A prática de atividades físicas — como caminhadas, yoga, caminhadas, musculação ou alongamentos — estimula o peristaltismo (os movimentos naturais do intestino) e reduz o estresse.
4. Suplementação
Em alguns casos, o uso de suplementos pode acelerar a recuperação. Magnésio (nas formas citrato ou glicinato), fibras como psyllium, enzimas digestivas e boas fontes de gordura (como ômega 3 e óleo de coco) podem ajudar a restaurar o equilíbrio intestinal.
Quando buscar ajuda médica
É importante saber distinguir a constipação funcional de sinais de alerta. Sangue nas fezes, perda de peso inexplicada, dores abdominais intensas, anemia ou mudanças no padrão intestinal em pessoas com mais de 50 anos devem ser avaliados com urgência.
Em grande parte dos casos, mudanças na rotina e nos hábitos alimentares costumam ser suficientes para promover melhoras significativas. “Muita gente se acostuma com sintomas como intestino preso, cansaço e má digestão. Acham que é normal, mas não é. O corpo está pedindo ajuda e precisa de uma avaliação e tratamento”, enfatiza a Dra. Luciana.
Com uma abordagem completa e tratamento correto, é possível reverter a constipação crônica e, com isso, recuperar não só o bem-estar intestinal, mas a qualidade de vida como um todo.
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