Nascido em Itu (SP), músico, educador e gestor cultural ganha destaque internacional numa jornada marcada por inclusão, excelência e impacto social
Trombonista, educador, compositor, gestor cultural e doutor em Música pela Universidade do Texas (EUA), o brasileiro Felipe Brito consolida sua trajetória como uma das vozes mais influentes da música brasileira no exterior. Importante multiplicador ao unir excelência musical e impacto social, ele celebra conquistas que vão da ampliação do acesso à educação musical comunitária no Brasil aos mais prestigiados palcos dos Estados Unidos.
Nascido em meio a projetos musicais comunitários em Itu, no interior de São Paulo, Felipe teve sua formação alicerçada em ambientes onde a música unia pessoas de diferentes origens sociais, religiosas e econômicas. Esse cenário moldou sua visão humanitária e sua crença profunda no poder transformador da educação musical.
Aos 20 anos, inspirado pelo exemplo de seus professores, Felipe passou a lecionar em instituições filantrópicas como o Projeto Guri e a ASSATEMEC, ajudando crianças brasileiras em situação de vulnerabilidade. E a sua paixão pelo ensino permanece como um dos pilares de sua carreira.

Formação internacional e ascensão artística nos EUA
Após se destacar como aluno de música na UNICAMP, Felipe recebeu incentivo de professores americanos para seguir carreira internacional. Em 2012, mudou-se para os Estados Unidos, onde conquistou bolsa integral para o mestrado na Jacobs School of Music – Indiana University. Tornou-se finalista em concursos como o Latin American Music Recording Competition e o Brass Concerto Competition.
Em 2017, completou o Artist Diploma no Cleveland Institute of Music. Atuou como trombonista principal do Cleveland Opera Theater e músico substituto de diversas orquestras profissionais de Ohio e Pensilvania.
Atuação acadêmica e liderança cultural na Southeast Missouri State University
Desde 2021, o Dr. Felipe Brito é Professor de Trombone e Diretor de Jazz e Música Comercial na Southeast Missouri State University (SEMO), onde conduz um amplo conjunto de atividades acadêmicas e artísticas. Isso inclui, por exemplo, a liderança de duas big bands – com mais de 50 alunos – com cinco concertos anuais, incluindo o Clark Terry Jazz Festival, a criação do SEMO Gigging Project, da Jam Session Night, e do Underground Jazz at Scout Hall, conectando estudantes à comunidade local, participação nos comitês de Bolsas, Recrutamento, Diversidade e Conselho da Fundação e criação de uma Bolsa de Estudos de US$ 10.000 para estudantes de Jazz e Música Comercial.
Em 2025, Felipe recebeu o SEMO Research and Creative Activity Award, destacando sua contribuição artística e social para a universidade.
Conexão com o Brasil: recrutamento internacional e impacto social
Felipe retorna anualmente ao Brasil para recrutar jovens talentos em escolas públicas, universidades e projetos sociais. Em 2024, visitou instituições como FAETEC, Escola de Música da Rocinha, UNIRIO, Orquestra de Heliópolis, Projeto GURI, UNICAMP e Colégio Anglo de Itu.
Como resultado direto dessa iniciativa, três estudantes brasileiros — Mayara, Matheus e Gustavo — receberam bolsas integrais e ingressaram na SEMO em 2025, ampliando o intercâmbio cultural e acadêmico entre os dois países.
Broadway, grandes orquestras e circuitos internacionais
Felipe alcançou projeção artística ao integrar, como trombonista substituto, a produção da Broadway “Buena Vista Social Club”, vencedora de cinco Tony Awards em 2025, incluindo Melhor Orquestração e um prêmio especial para a banda.
A sua carreira sinfônica também seguiu em expansão. Em 2025, Felipe atuou como músico substituto — na cadeira de primeiro trombone — da prestigiosa New Jersey Symphony, executando obras como Pássaro de Fogo (Stravinsky) e Pinos de Roma (Respighi).
O músico já se apresentou também no Lincoln Center, em Nova York, e no Severance Hall em Cleveland, fortalecendo sua presença no cenário artístico norte-americano.
Álbum de estreia celebra música afro-brasileira no mercado norte-americano
Em setembro de 2024, Felipe lançou “Não Deixe para Amanhã” pelo selo nova-iorquino Outside in Music, de Nick Finzer. O álbum mistura jazz contemporâneo com ritmos afro-brasileiros como samba, maracatu, alujá e bossa nova.
O projeto reúne músicos premiados com Grammy Latino, entre eles:
Adonias Junior (engenheiro de som), Raphael Ferreira (sax), Fábio Leandro (piano), Rodrigo Bras (bateria) e Jackson Silva (baixo).
O trabalho destaca a sub-representação de músicos afro-brasileiros e latinos nos EUA, reforçando o papel de Felipe como ponte cultural entre Brasil e América do Norte.
Mais informações: https://www.felipebritomusic.com/