Como o Maior Produtor de Café do Mundo Pode Perder o Protagonismo para a China
Pedro Rodrigues de Melo Jr., junto com seus sócios, criou o Café de Comer, um exemplo brilhante de inovação no setor. Ele está à frente da quarta onda do café, uma revolução no consumo que ele lidera quase sozinho, sem o devido reconhecimento no Brasil. Apesar de seu esforço e visão, o apoio e os incentivos que ele esperava encontrar em seu próprio país ainda são escassos, o que torna sua luta ainda mais desafiadora.
“Indignado. É assim que me sinto ao ver o Brasil, o maior produtor de café do mundo, assistir passivamente enquanto a China se prepara para se tornar, em 2026, o maior consumidor global de café. E o que estamos fazendo? Continuamos a vender nosso café em estado bruto, como uma commodity, sem aproveitar as oportunidades de agregar valor ao produto que conhecemos tão bem.
É lamentável, quase vergonhoso, que não tenhamos uma empresa de destaque mundial no café, mesmo sendo um país que consome e produz tanto essa bebida.”
Enquanto isso, a China não apenas se torna o maior consumidor do nosso café, mas também poderá, em breve, destacar-se como líder mundial nesse mercado, levando nossa matéria-prima para fora e transformando-a em diamante negro. E nós, brasileiros, que amamos café e o produzimos em quantidades que ninguém mais no mundo consegue igualar, ficamos a ver navios, ou melhor, a ver navios carregados de café saindo dos nossos portos.
O que falta para nós? Por que não incentivamos a criação de empresas que possam levar o nome do Brasil ao topo da cadeia produtiva global do café? A situação é tão crítica que chega a ser desconcertante pensar que poderemos assistir à China assumindo um papel que deveria ser nosso, como líder mundial na indústria do café.
A indignação é real e justificada. O Brasil precisa acordar para o seu verdadeiro potencial, antes que seja tarde demais. Precisamos de incentivos, de visão, de coragem para transformar nossa posição de maior produtor em maior referência mundial no café. Não podemos mais deixar que o nosso diamante negro seja valorizado apenas nas mãos dos outros.
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