Planos de saúde dificultam o acesso à cirurgia que alivia dores e desconfortos em pacientes com excesso de tecido mamário
A mamoplastia redutora é um procedimento cirúrgico que alivia dores nas costas, ombros e pescoço, além de desconfortos emocionais associados ao excesso de tecido mamário. No entanto, muitos pacientes enfrentam obstáculos para conseguir a aprovação dessa cirurgia junto aos planos de saúde, principalmente devido à morosidade e complexidade do processo de autorização.
Apesar disso, a procura por mamoplastia redutora está crescendo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), esse procedimento é um dos cinco mais realizados no Brasil. Em 2023, o número de cirurgias plásticas no Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões. Esse crescimento também está relacionado à maior conscientização sobre os impactos funcionais desse procedimento, que vai além do aspecto estético, e à melhoria das técnicas cirúrgicas que proporcionam resultados mais seguros e satisfatórios para as pacientes.
De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista que atua há uma década auxiliando médicos e pacientes em processos de autorização cirúrgica, a classificação equivocada do procedimento pelos planos de saúde é uma das principais barreiras para a obtenção de cobertura. “Muitas operadoras ainda tratam a mamoplastia redutora como uma cirurgia puramente estética, o que não é o caso. O excesso de tecido mamário provoca dores crônicas e limitações funcionais, além de afetar a saúde mental das pacientes. A agilidade no processo de autorização é fundamental para garantir o acesso a esse direito”, afirma.
Dificuldades na aprovação
Embora os padrões estéticos indiquem que seios grandes são desejáveis, a verdade é que, a partir de certo tamanho (que varia de mulher para mulher), alguns desconfortos já são sentidos. Por isso, a redução dos seios é indicada em casos de dores crônicas nas costas, ombros e pescoço, problemas de postura, feridas causadas pelo peso dos seios e limitações físicas que interferem nas atividades diárias.
Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras de saúde são obrigadas a oferecer cobertura para a mamoplastia redutora quando há indicação médica comprovando a necessidade clínica. No entanto, a falta de padronização nos protocolos de análise e a exigência de laudos detalhados retardam o processo, afastando os pacientes de um tratamento necessário.
No entanto, muitas mulheres ainda não recorrem ao procedimento devido à falta de informação sobre o direito à cobertura pelos planos de saúde, que devem custear a cirurgia quando há indicação médica para tratar esses problemas. “Se mais mulheres soubessem desse direito, o acesso ao procedimento poderia ser facilitado, melhorando sua qualidade de vida”, argumenta Damasceno.
A morosidade nas autorizações tem um impacto direto na saúde das pacientes. A espera prolongada para a realização da cirurgia pode agravar os sintomas de dor e desconforto, aumentando a necessidade de tratamentos complementares como fisioterapia e uso de analgésicos.
Melhora na qualidade de vida
Os benefícios da mamoplastia redutora são amplamente reconhecidos. Além do alívio das dores físicas, as pacientes costumam relatar ganhos na autoestima e no bem-estar geral. “A cirurgia não se trata apenas de um alívio físico, mas também de uma reconquista da qualidade de vida. Pacientes que sofrem com dores, após a cirurgia, sentem uma mudança notória em sua rotina diária”, explica Rodolfo Damasceno.
O especialista acrescenta que a sensibilização dos planos de saúde e a desburocratização dos processos de autorização são fundamentais para que mais pessoas tenham acesso ao procedimento. “Se conseguirmos transformar esse cenário, poderemos garantir que muitas mulheres sejam atendidas de forma rápida e adequada, sem a frustração e o desgaste emocional de uma negativa”, conclui.
Sobre Rodolfo Damasceno
Empreendedor com uma década de atuação na área de saúde, Rodolfo possui ampla expertise em estratégias de autorizações cirúrgicas junto às operadoras de saúde. Destaca-se por sua significativa contribuição, destravando mais de 10 mil processos cirúrgicos em um período de 10 anos e auxiliando médicos cirurgiões em diversas especializações.
Além de ser o criador do Método RD3x, um impulsionador para a qualidade de vida dos Médicos Cirurgiões que pode triplicar o número de cirurgias autorizadas, o especialista também criou o Método RD+, um processo de consultoria que auxilia diretamente os pacientes que buscam a realização de determinados procedimentos cirúrgicos.