Em um cenário de crescimento alarmante da obesidade no Brasil, médicos buscam novas formas de tratar a doença, indo além das abordagens tradicionais. Entre as metodologias que estão ganhando força, destaca-se a combinação de terapias comportamentais em aconselhamento e Medicina do Estilo de Vida. A endocrinologista Letícia Nascimento Medeiros é uma das profissionais que vêm se dedicando a esse novo modelo de cuidado.
De acordo com dados recentes do Ministério da Saúde, 26% da população adulta brasileira é obesa, e mais de 60% está com sobrepeso. Esses números refletem não apenas uma questão de saúde pública, mas também um problema crônico que exige mudanças profundas nos métodos de tratamento. A obesidade, segundo especialistas, está fortemente relacionada a fatores emocionais e comportamentais, que muitas vezes são ignorados em abordagens focadas apenas em dietas e exercícios.
“Não dá mais para tratar a obesidade apenas com a prescrição de uma dieta. Precisamos entender que há questões emocionais e psicológicas envolvidas, que precisam ser tratadas com o mesmo cuidado que oferecemos para a parte física”, afirma Letícia Medeiros, que atende exclusivamente em seu consultório particular, com um formato que ela define como “boutique” pela atenção diferenciada dada a cada paciente.
A estratégia de Letícia se baseia na integração de técnicas de terapia cognitivo-comportamental (TCC) e aconselhamento, complementando os tratamentos médicos convencionais. Segundo ela, a TCC ajuda a trabalhar o comportamento alimentar e as emoções que muitas vezes sabotam o processo de emagrecimento. Já o aconselhamento é uma ferramenta para guiar o paciente em sua jornada de mudança, criando metas realistas e estratégias práticas.
“A maioria dos meus pacientes chega com uma bagagem de tentativas frustradas de emagrecimento, carregando o peso da culpa e do fracasso. O que eu faço é tentar desconstruir essa visão punitiva que muitos têm sobre a comida e o corpo, e trabalhar o emocional de maneira mais profunda”, explica a médica.
A abordagem humanizada de Letícia é um contraponto às soluções rápidas e milagrosas que circulam amplamente no mercado de emagrecimento. Para ela, o sucesso do tratamento depende de uma mudança gradual e sustentável de hábitos, algo que não pode ser alcançado com fórmulas prontas ou promessas de resultados imediatos.
“Eu digo para meus pacientes que emagrecer é uma jornada, não um destino. Não adianta querer resultados rápidos sem se preocupar com a manutenção. A verdadeira vitória vem quando você entende seu corpo, suas emoções e começa a cuidar de si mesmo de uma maneira mais gentil”, defende a endocrinologista.
O Ministério da Saúde, em parceria com órgãos internacionais, já aponta para a necessidade de uma abordagem mais ampla e interdisciplinar no tratamento da obesidade. E é justamente esse modelo que Letícia vem aplicando em seu consultório, oferecendo um acompanhamento que vai além das consultas convencionais, integrando diferentes aspectos da vida dos pacientes em seu processo de emagrecimento.
Com os índices de obesidade subindo e as complicações de saúde associadas a ela, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, ganhando cada vez mais destaque, a demanda por soluções personalizadas e eficazes cresce. Para Letícia, o caminho passa por um cuidado holístico, onde corpo e mente são tratados com igual importância.
“Meu maior objetivo é que as pessoas se sintam capazes de mudar, sem culpa e sem cobranças irreais. Com o apoio certo, elas podem sim emagrecer, mas de uma forma que respeite seus limites e sua individualidade. Esse é o futuro do tratamento da obesidade”, conclui.
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