A moda atravessando fronteiras

Por Rodrigo Fonseca

O Candomblé chegou no Brasil, por volta do século XIV E XIX, com o tráfico dos escravos negros da África Ocidental.

Religião afro-brasileira que cultua os Orixás, deuses das nações africanas de língua yorubá dotados de sentimentos humanos como ciúmes e vaidades.

E para sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás aos santos católicos, em um processo chamado de sincretismo religioso.

Os Orixás representam os quatro fenômenos da natureza, quando prestamos cultos a eles estamos também reverenciando a natureza, que é nosso bem maior.

 

Essa saia colorida, muitos achariam que seria uma representação LGBTQUIA: negativo, essa saia leva as cores do arco-íris por conta de Oxumaré, orixá que o representa.

Arco-íris

Como, por exemplo; Yemanjá era associada a nossa senhora da Conceição.

As cerimônias ocorrem em templos chamados terreiros, barracões ou roças de Candomblé.

As celebrações, as invocações e os cânticos são feitos de língua africana, ao som de tambores (atabaques ou couros).

No Candomblé existem tradições, rituais, hierarquia, entre outras situações que. por falta de conhecimento, boa parte da população desconhece essa religião tão bonita, culta e rica por suas apresentações e conhecimento notório em seus cultos apresentados aos deuses africanos, que são conhecidos originalmente como orixá ou inkisses.

Dentre os ricos costumes dessa religião estão suas vestes, claro que assim como em outros países, suas vestes são originais dos países de origem.

Mas como temos também o famoso Candomblé brasileiro, suas vestes também foram adaptadas, claro que sempre com baseamento das roupas que eram usadas por orixás nas antiguidades.

Entenda um pouco…

Só para entendermos, no Brasil são cultuados 16 Orixás, começando por Exú, dono da comunicação e dos caminhos, e da população, pois é ele que responde o famosos jogos de búzios, a ele foi incumbido de tramitar informações entre a pessoa e ao orixá.

E para finalizar os 16 Orixás, encontramos Oxalá, dono da paz, ele que também é conhecido como Deus, Obatalá, Oxaguiã, e assim vai…

E todos esses Orixás tinham posições, eram ministros, reis, príncipes, comunicador, caçador, rei da forja etc…

Então, cada um deveria se vestir como o tal.

Os mais ricos e poderosos se vestiam com peles de animais, que aliás no Brasil até uns tempos atrás eram permitidos, principalmente o couro, mas com uma determinação de um órgão específico, agora só podemos usar couro sintético.

Eu, como produtor de moda, sou a favor de parar de usar animal, para satisfazer o ego das pessoas.

Continuando: na época dos Orixás, todos eram conhecidos pelas indumentárias que usavam, por conta do seu poder naquela época.

Quando vieram para o Brasil, os nossos ancestrais foram obrigados não de negar sua fé, mas de associar seus deuses às divindades do catolicismo, como foi citado anteriormente.

Com isso, no Brasil, usamos certos tecidos nas roupas das pessoas frequentadoras da religião, e os tecidos que, aliás, não são nada baratos, pois usamos dentre eles, gripir, entremeio, e richelieu, e também se é muito usado Ankaran, que na África até os dias de hoje é usada por se tratar de um tecido colorido e com bastante informação.

No Brasil, o Candombláé tem uma hierarquia a ser seguida:

  • Babalorixá ou sacerdote;
  • Yalaxé sucessora do babalorixa, caso um dia o mesmo venha faltar;
  • Ogã, que toca a atabaque (couro) e a ele também é confiado outros cargos pertinentes;
  • Ekedj ( mãe de todos orixás)á ela também lhe é confiado outros cargos de peso;
  • Abiã (auqle que ainda não se iniciou na religião);
  • Yawô (o irmão mais novo, iniciou na religião mas tem que atingir sua maioridade na religião que é seus 7 anos);
  • Egbomy (o irmão mais velho que se iniciou na religião e atingiu sua maioridade na religião que é seus 7 anos)

O Yawô até tomar seus sete anos tem que ser roupa branca, e os tecidos tem que ser tecidos básicos como o Oxford, dança descalços .

Vou mostrar agora como deve se vestir em uma roça de candomblé.

Bata

Saia (baiana) e um camisu por baixo.

E por baixo da baiana, toda mulher tem que sim usar uma calça.

Pano de cabeça (serve para não deixar nenhuma energia passar, pelo nosso chacra (a muleira) – rs.

Pano da costa (no Candomblé a mulher tem uma representatividade muito grande que é o útero, então, o pano da costa serve para cobrir seu útero pois esse órgão também é um chacra na colocação mulher.

E os fios de conta (guias), que os Orixás sempre gostaram de usar, pois sempre foram alegres e ricos.

O rapaz

Já o rapaz chama Darlan Carlos, Babalorixá ou sacerdote,

Usa uma camisa vazada, calça, e nos pés uma babuche, sapato suado somente por pessoas que já tomaram seus 7 anos.

As mulheres usam salto alto ou mule, mas também só podem usar depois dos seus sete anos, ou se já nasceram com cargo.

 

Rodrigo Fonseca