Quinteto paulistano une estética cinematográfica e lirismo urbano no vídeo dirigido por John Porciuncula
Crédito: Katê Takai
Assista ao clipe, aqui.
Undo divulga hoje o clipe de “Músculo Novo do Medo”, faixa de seu recém-lançado álbum homônimo de estreia. Sobre o topo curvo do Edifício Copan, ícone monumental da arquitetura paulista, a banda paulistana transforma o concreto em palco confessional.
Filmado em preto e branco, o vídeo carrega um clima frio, denso e “Berlinesco”, evocando “os medos” e a solidão urbana sob uma ótica contemplativa a lá Wim Wenders. Entre sombras duras, curvas sutis e linhas arquitetônicas que se perdem no horizonte de prédios, a cidade pulsa — quase indiferente — enquanto a música cria rachaduras emocionais no cenário.
Em evidência, a relação entre a mente, o corpo e a vulnerabilidade em um momento em que tudo parece à beira do colapso. A letra da canção atravessa o clipe como uma sensação física e mental — um medo novo, quase orgânico, que se manifesta como tensão constante, como se algo iminente estivesse sempre prestes a se revelar diante da imensidão de São Paulo, que surge não apenas como cenário, mas como um protagonista silencioso e sempre em movimento, mas que, vista do alto do Copan, revela um ritmo interno mais íntimo e quase suspenso. O resultado estético é urbano, cosmopolita e visceral, incrivelmente impresso de maneira sofisticada e elegante.
Dirigido por John Porciuncula, com fotografia de Gito Fernandez, e curadoria de Karin Aquino, o vídeo combina a brutalidade poética do centro paulistano com a energia crua do post-punk, criando um filme-música que vibra entre o concreto e o sentimento.
O clipe de “Músculo Novo do Medo” está disponível no canal oficial da Undo no Youtube.
Sobre a Undo
A Undo nasce da inquietação de cinco músicos e compositores, que por sorte do acaso – e de muitos trabalhos – convergiram na ânsia de criar uma obra musical autoral.
André, atual vocalista da Legião Urbana, assina as letras inspiradas pelo nome/tema da banda: Undo como um grito para desarmar as bombas internas e externas do cotidiano, e também Undo como o (m)undo aos pedaços. Já as guitarras e melodias de Johnny Monster e Rafael Mimi (ex-NX-Zero), completam em forma de som as imagens líricas e definem a linguagem e as referências.
Além disso, o instrumentista e sideman Rafael Garga traz toda experiência adquirida por suas andanças pelo país ao lado de nomes como Leela, Ekena, Bruno Del Rey e Garga Groove Gang. Isso mostra a riqueza e a diversidade do rock tupiniquim, com influências e colaborações que enriquecem o cenário musical. O baixista e produtor Dudinha assina a produção do álbum.
Por fim, a Undo é em sua forma literal é uma possibilidade, rota de fuga para um determinado lugar. Um lugar conhecido e ao mesmo tempo surpreendente. Desfazer-se. Prazer em recomeçar.
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