O que é mais importante para você: estar na moda ou ser quem você é?

Toda mulher já teve esse dúvida, não importa se na juventude quando querem ser aceitas pelo grupo e, principalmente, por outras mulheres, ou, quando já são adultas.

 

Todos nós estamos em busca de descobrir nossos estilos para reafirmarmos nossa essência e personalidade. Por isso, no artigo de hoje, trago algumas dúvidas de muitas leitoras:

 

  • A moda Tie Dye é para todas as idades?
  • Estar na moda é mais importante do que ser quem você é?

 

Se você me acompanha semanalmente, talvez saiba o que é o Tie Dye, mas, se chegou hoje e não sabe o que é, fique tranquila que eu vou lhe explicar.

 

A moda Tie Dye ganhou muita força nesse período em que boa parte do mundo está em casa. Se você segue conteúdo de moda, é praticamente impossível ter passado o último mês sem se deparar com nenhuma peça com a técnica tie-dye no feed das redes sociais.

 

Para se ter uma ideia, na plataforma Pinterest, que é uma das mais acessadas quando as pessoas buscam inspiração e querem aprender a fazer em casa, as buscas por vídeos com técnicas de tie-dye dobraram.

 

O tie-dye já esteve presente em diversos momentos da moda, mas agora parece ter voltado com mais força do que nunca. De uma amiga que customiza em casa às lojas de departamentos, de personalidades às marcas criadas com foco no estilo, ela está por todos os lados.

 

O termo “tie-dye” significa, literalmente, “amarrar e tingir” em inglês. E surgiu nos EUA quando esse tipo de estampa irregular feita de forma caseira e artesanal ganhou destaque no Movimento Hippie.

 

E por isso, até hoje, as mulheres se perguntam:

 

  • Essa moda é para mim?
  • Todos podem usar?
  • É para todas as idades? (…)

 

As perguntas fisgam a nossa mente. Aprendi há alguns anos que as perguntas certas podem mudar nossas crenças e questionar algumas verdades que temos como absolutas.

 

Dessa forma, te pergunto:

 

  1. É mais importante para você estar na moda ou ser quem você é com seus estilos?

 

  1. Será que a imagem que você transmite às pessoas é exatamente aquilo que quer comunicar?

 

Se falarmos de moda, e levarmos em consideração os 7 Estilos Universais, não há nada mais criativo e esportivo do que a Moda Tie-Dye, e ela engloba 2 desses 7 Estilos Universais, justamente o criativo e esportivo.

 

Vemos o moletom em alta, com boa parte dessas peças estampadas em tie-dye. E elas andam assim, uma ao lado da outra. E a questão é:

 

  • O que tem de inofensivo em você usar essas peças se não estão nos seus estilos?
  • E se eu gosto e quero comprar, não tem nada de mal nisso, não é mesmo?

 

Responda verdadeiramente e faça uma reflexão: o que é mais importante para você, comprar o look da última moda, ou colocar no seu guarda-roupa looks e peças que tenham a sua essência e que afirmem quem você realmente é?

 

Esses dias vi uma apresentadora de TV com um moletom tie-dye e no mesmo momento pensei em usar isso para testar essa dúvida que nos trouxe até aqui. Perguntei a uma amiga o que aquela mulher vestida de moletom tie-dye transmitia a ela, e sem nem pestanejar ela respondeu:

 

“Parece que ela saiu de pijama e foi trabalhar!”

 

Em seguida, continuei e perguntei se ela havia achado o look bonito, ao que ela disse: “ Sim, está super na moda!” Ou seja, ela usou a palavra moda para justificar que mesmo parecendo um pijama, aquela roupa era aceitável, apenas por “estar na moda”.

 

Vou te dar outro exemplo para mostrar como muitas pessoas usam a palavra moda para justificar peças em seus guarda-roupas que não fazem parte de seus estilos.

 

Quando pergunto a uma mulher com estilo feminino, mas não criativo, se ela prefere uma blusa de laço e poás, ao invés de uma blusa da moda tie-dye, a chance dela responder que prefere a de laços com poás é infinitamente maior, mas, mesmo não gostando e apenas por estar na moda, ela compra e usa o tie-dye.

 

Por isso, é muito importante saber quem somos e sempre nos questionar: “será que se eu colocar essa peça em meu guarda-roupa, eu vou usá-la quando não estiver mais na moda?”

 

Esse tipo de pergunta é mais uma estratégia para verificar se as peças estão de acordo com quem você é. E, se responder isso for muito difícil, é porque algo está bem confuso dentro de você.

Negligenciar quem somos para atender ao padrão da moda a todo tempo é algo desgastante e, ao mesmo tempo, estressante, já que a moda muda o tempo todo.

Muitas mulheres cedem à pressão da moda e colocam em seus guarda-roupas looks que jamais comprariam, usam determinada roupa ou bolsa apenas para satisfazer necessidades que não são suas somente para mostrar que fazem parte do coletivo.

 

Mas, esses comportamentos vão ficando cada vez maiores e fora de controle, com gastos excessivos, impulsos e compulsões.

 

Escrever a você leitora, ou, leitor, me ajuda a refletir sobre os meus próprios comportamentos. Como a maioria das pessoas, já houve fases em minha vida em que tive impulsos e desejos incontroláveis e comprei coisas que não faziam parte dos meus estilos.

 

Mas, hoje, com minhas clientes e leitores reflito sobre a necessidade de nós comprarmos peças que não fazem parte dos nossos estilos, apenas para nos enquadrar à moda e nos sentirmos socialmente aceitos.

 

Compartilho com minhas clientes que encontrei na prática da meditação a possibilidade de potencializar o autocontrole e, principalmente, em como a meditação me ajudou a descobrir quem eu de fato era me libertando da necessidade de ter peças apenas porque saíram em revistas ou apareceram nas mídias sociais.

 

Hoje, minha maior estratégia é uma “lista de desejos”, de peças que eu gostaria de ter em meu guarda-roupa, mas quem nem sempre estão à venda, porque não são peças da moda.

 

Isso cria um anseio saudável, uma vontade de ter em seu guarda-roupa uma peça única e que tem tudo haver com seus estilos. Lembra-se da sua infância, quando esperava meses e meses para ter algo?

 

As pessoas precisam ter sonhos, desejos, pois é isso que as motivam para alcançar seus objetivos. Existe uma história de um príncipe que tinha todos os seus sonhos realizados sem esforço algum, vivia uma vida vazia e sem objetivos. Trabalhar para construí-los foi o que o motivou a encontrar sentido na vida e nos sonhos.

 

Ter uma lista de desejos, sonhar com peças e looks, ter vontade de conquistar algo, mesmo que não seja nada grandioso, faz você se dedicar e encontrar sentido naquilo que usa, e utilizar seus looks e peças como extensão daquilo que você é, ao invés de sair correndo para comprar algo apenas porque está na moda.

 

Por isso, hoje, não deixe de responder a si mesmo: o que é mais importante, estar na moda ou ser quem você é?

 

Afinal, nossas roupas dizem mais sobre nós do que nós mesmos!

 

Te vejo na próxima semana! Se quiser saber mais, acesse: erica.consultoriadeestilo

 

Érica Cunha Alvarenga

Stylist and Image Consultant