Estar bem Arrumada X Conhecer os seus Estilos

Uma grande maioria das minhas clientes são pessoas que gostam de se arrumar e se vestir, se preocupam bastante com a aparência e se cuidam muito. Muitos gostam de comprar roupas, alguns prezam pela qualidade, outros pela quantidade, e não só cuidam da parte do vestir, mas também investem em outros cuidados, como autoconhecimento/desenvolvimento, saúde física e mental, beleza, estética… existe um mundo para ser explorado, é verdade, mas no que diz respeito ao meu trabalho, que é de auto descoberta, vejo pessoas muitas vezes perdidas.

A oferta de roupas, de produtos, acessórios, sapatos, bolsas, é enorme. Vivemos de fato em um país consumista, e com a questão da tecnologia, temos acesso a informações de outras culturas, outros tipos de vivência e experiência. E o quanto isso afeta na hora de nos conhecermos de verdade? Digo todos os dias: de maneira alguma sou contra termos acesso a qualquer tipo de informação, muito pelo contrário. Embora eu tenha clientes que brincam que algumas vezes não é ruim ser protegido pela ignorância – sim, porque quando entramos no processo de autoconhecimento, muitas vezes ele não tem volta – mas por que voltar?

Faz alguns anos que abri minha mente para que eu pudesse saber mais, me conhecer, entrar em contato muitas vezes com algumas dores, trabalhar e encarar algumas verdades. Foi quando decidi que mudaria de profissão, recomeçaria, daria um passo atrás e que não iria parar de estudar e me desenvolver, mas para isso precisava primeiro olhar para mim, para quem sou, e de fato me transformar.

Sempre me considerei uma pessoa que gosta do vestir, andar bem arrumada. Para mim, nunca foi algo desafiador, muito pelo contrário: muitas vezes me vi como referência para meus amigos e meus familiares. Pude ajudá-los em eventos ou até no dia-a-dia a encontrar uma roupa adequada nas diversas ocasiões, e isso ocorreu até para noivas! Sim, já ajudei algumas a encontrar o vestido ideal; confesso que sempre fiz isso por e com Amor, mas nunca havia pensado em tornar essa habilidade uma profissão. Até que alguns anos atrás me vi infeliz com o meu trabalho, com minha antiga profissão e queria me conectar; queria me realizar profissionalmente – isso era algo que não estava completo em minha vida – mas primeiro tinha que olhar para mim, para quem eu era. Foi quando na Consultoria de Estilo encontrei essa realização, tive uma mudança no meu olhar para o se vestir bem, porque isso verdadeiramente pouco tem a ver com o fato de se conhecer.

E posso afirmar isso com o trabalho que faço hoje: são poucas clientes que de fato se conhecem, e quando falo dos Estilos (já falei deles antes em outras matérias, os 7 Estilos Universais), encontro clientes endurecidas em 1 só estilo, encontro clientes que compram roupas de vários estilos e têm no seu guarda-roupa muitas personalidades, encontro clientes que compram roupas em liquidação e que muitas vezes depois nem tiram essas peças do guarda-roupa, encontro algumas que misturam estilos de mulheres completamente diferentes, encontro algumas que usam de outros estilos para se proteger de algo, e muitos outros casos que ocorrem em meus atendimentos.

 

Mas estar bem vestida de verdade não tem a ver com seus Estilos, digo sempre que não, e com “NÃO” maiúsculo mesmo. Passei por tudo isso antes desse meu processo, me vi algumas vezes perdida na hora de escolher, quando e o que comprar; e passei por uma grande transformação de vida mesmo, quando decidi mudar: me empoderei sobre quem eu era, me livrei de quem não era, me aceitei, e virei a página, ou melhor, comecei um livro novo de como ser eu mesma e ainda estar bem vestida; em como ser eu mesma e fazer de uma paixão minha profissão; e percebi que como ser eu mesma me fez sentir completa em todos os aspectos, até de aceitar que poderia recomeçar e poder ajudar as pessoas a se descobrirem e aceitar quem elas são sem medo das opiniões dos outros, sem medo de ser livres, sem medo de conhecer melhor seu corpo, sem medo de se permitirem, sem medo de se jogar na vida. Falo que se estamos aqui hoje devemos viver a vida da maneira que bem escolhemos, podemos escolher todos os dias e a todo momento.

Todos esses aprendizados nos libertam, nos fazem ser nós mesmos. Se estamos endurecidos em um Estilo, conhecemos os outros e nos sentimos mais leves; se somos duas mulheres diferentes, descobrimos o por quê e decidimos pelos nossos desejos íntimos e de alma; se temos um guarda roupa lotado de vários estilos, aprendemos a olhar que devemos aceitar quem não somos; com tudo isso, vem uma sensação de liberdade, de leveza, e como já ouvi de várias clientes, muitas vezes de alívio, pois quando elas se permitem não só saber, mas sim se empoderar e tomar para si quem elas são e o que elas desejam, despertam de dentro o que está no fundo de cada uma delas.

Se arrume para ser quem você realmente é e com todos os seus Estilos!